quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Peace.

Quando conseguimos tocar nosso estado original de paz ficamos absolutamente inabaláveis. Não importa o que esteja acontecendo ao redor, tudo se congela num momento mágico. Não há sombra de preocupação. Não há tempo, só a eternidade.
A experiência de paz é tão poderosa que nada é capaz de abalar sua fundação. Ela é a propriedade mais valiosa, ninguém pode invadí-la. Doe um momento de paz e boas vibrações ao mundo e um dia ele se transformará.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Afta.

Há muito tempo não sentia uma dor tão grande e incômoda. Dessa vez, era externa. Não se ocultava de maneira alguma. Permanecia ali, dia e noite, noite e dia. Latejando e ardendo. Insistentemente me lembrando de que nem tudo estava certo... que aparecendo do nada e contra minha vontade, uma coisinha minúscula me feria.
Conseguia me impedir de comer meus sabores favoritos, de beijar, um pouco de falar, e o pior: de sorrir.
Isso me fez refletir sobre como, frequentemente, escolhemos deixar isso acontecer em nossa vida. Permitimos que de repente um mero problema ou um pequeno obstáculo nos tire coisas boas e momentos importantes sem sequer termos uma razão real para tal impedimento. Pura irracionalidade.

Façamos aquilo que nos faz bem, façamos de tudo um pouco. De pouco um tudo. Sem se preocupar com a pequena afta que teima em doer (tanto externa, quanto internamente).

Afinal, qual dor é maior do que a de não poder sorrir?

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Far away.

A chuva chegou acompanhada de arrepiantes trovões. O barulho fez com que ela despertasse; e o frio, com que se machucasse. Percebeu como as coisas escorregavam de seus dedos, assim como as gotas deslizavam pela janela (e as lágrimas, pelo rosto). O tempo ia passando cada vez mais apressado e engolia suas doces lembranças.
Lembranças que vinham nítidas, com cheiros e sons... Como a daquela vez, não muito tempo atrás, aonde dois amigos-irmãos recentementes chateados um com o outro, se encontravam conversando e esclarecendo as coisas. No meio do vasto Oceano Atlântico, com um vento cortande bagunçando o cabelo, e uma tigela de sorvete lentamente derretendo. As risadas ficaram constantes e o tema sério deu as brincadeiras. O sol cedeu lugar a gotículas que começaram pequenas e fracas e se fortificaram, mas eles continuaram ali, imóveis. Estavam seguros e divertindo-se como nunca. O mar, o céu e a chuva ali mantinham-se calados... testemunhando aquele momento.
Voltou de seus desvaneios e pôde sentir aquelas mesmas gotas pinicando sua pele. Aquela havia sido a última vez que viu uma tempestade, e agora que ela voltara, tudo se encontrava tão diferente. Não era o Oceano Atlântico, não eram mais amigos-irmãos... ela estava do lado de dentro apenas olhando, seca. E estava longe de se sentir segura!

Coisas irreversíveis aconteçeram: a linda irmã de uma maravilhosa melhor amiga e um amigo fiel que nos fazia sentir extraordinários, se foram. A falaram algo bastante forte, porém verdadeiro em cada palavra: "Mas agora você está sozinha de verdade". E ela insistia na idéia de que quanto mais tentava se aproximar das pessoas; mais as afastava... Meio as perdas, muitos ganhos também! Mas, medindo na balança, qual lado sairia vencedor?

E de que isso importaria? Mesmo que fosse o das perdas, ela não deixaria de acreditar e muito menos de sorrir. Porque simplesmente sabia que atrás das nuvens, por mais escuras que fossem... o céu seria semmpre azul.

Então deixa chover.