sábado, 11 de setembro de 2010

Come home.

Eu prefiro ler. Eu prefiro passar meus olhos por palavras alheias que me façam sentir menos boba e me arranquem sorrisos superficiais por ousar pensar que esse problema é só meu. Por isso eu apago, é por isso que eu escondo. É por isso que eu estou sentada novamente na janela, olhando as luzes, me perdendo na escuridão e na beleza.

Recuso a virar pra dentro e olhar pra mim mesma. Recuso a aceitar essa bagunça que me afoga e a parede parece ficar mais pálida a medida em que me encara, mas provavelmente é minha neurose gritando alto. Deve ser egoísmo me sentir assim, eu sei que tem gente que se importa.

Eu só queria mesmo era saber o quanto elas se importam.

Falar que sente saudades, que ama, isso é fácil, acredite. E eu escuto com certa frequência. Não é suficiente. Faz um bom tempo que isso se tornou irrelevante, porque enquanto eu espero alguma estrela ouvir meus desejos, a única relevância que eu consigo encontrar é que estou sozinha. De novo. É como se a gravidade estivesse me puxando para perguntas que eu devo resolver. A gravidade pede respostas. Mas outra vez, não é suficiente.

Será que acabou de começar ou já está perto do fim? Meu estado não é perdida, e sim nunca encontrada. Fugir, esconder, negar, isso me cansa. Concreto e abstrato, singular e plural, direto ou indireto, faz alguma diferença? Essa grandeza toda já não me guarda. O que me pertence é essa incerteza e a vergonha que eu carrego desde uns 10. Mas outra vez, isso foi ontem.

E foi mesmo, o que significa que eu não evoluí. E que eu continuo não sendo orgulho de ninguém, não sendo a saudade de ninguém, não sendo a pequena de ninguém, não sendo nada de ninguém, nem de mim mesma.
Mas outra vez, nunca foi suficiente.

Desconhecido bem conhecido.

Eu vou escrever estas palavras e tenho certeza de que ninguém saberá a quem me refiro, pelo simples fato de você não fazer parte da minha vida - pelo menos não como eu gostaria. Um dia você fez uma parte indispensável. Um dia, meados de fevereiro pela manhã, você me sorriu e eu soube que ter uma pessoa madura e responsável, em quem eu pudesse confiar, fazia uma diferença estrondosa. Não foi exagero dizer-lhe que desempenhastes um papel semelhante ao de um pai.

Não fosse o tempo, a distância, as diferenças de idade e pensamento, seríamos grandes amigos. Eu faria questão de gritar para o mundo os nossos laços, para que todos vissem, ouvissem e soubessem que eu te gosto. Que você me mudou e me ajudou quando fui fraca, me mostou o conhecimento aliado à verdade, me ensinou e me arrancou sorrisos… e depois, me presenteou com essa saudade.

Fizemos uma promessa. Eu fiz uma promessa: “virei aqui pelo menos uma vez ao mês”. Mas a contagem regressiva só fez palpitar meu coração uma vez, em um único mês. Vai saber o que aconteceu… Amigo, me desculpa por não cumprir? Me desculpa por ter aberto mão de te ver todos os dias e de não ter aproveitado enquanto eu pude?

Eu só queria que fosse você, novamente, quem tivesse o dever de me ensinar essa complicação cada vez mais complicada, que fosse lei você me fazer entender as coisas mais monstruosas. E quando eu pegasse abuso de todas essas fórmulas, você me escutaria fazer birra e careta e tentaria me acalmar. Então, no final do dia eu aprenderia coisas muito mais importantes e não-superficiais do que o que venho aprendendo recentemente.

No final do dia eu teria um amigo, e no dia seguinte e no outro e no próximo, eu poderia voltar a àquele “lar”, com mais sorriso, mais vontade de sabedoria e mais ganas de compartilhar. E mais paciência. E tudo o que antes foi um mais e atualmente virou esse sinal negativo pesaroso.
É, você deixou saudade.

domingo, 13 de junho de 2010

Porque simples e naturalmente tudo tem que acabar?

O mais difícil agora é descobrir em pessoa o que significa “dar valor as coisas e pessoas quando as perdemos.” Eu podia reclamar e eu podia julgar e eu fazia isso. Fazia com frieza, sem dar-me conta de que era eu quem estava arrebentando a linha frágil que é o amor. E você não tinha obrigação nenhuma de aguentar; você não aguentou. Ai você foi embora, no dia dos namorados, e me deixou com um buraco do tamanho de Texas dentro do meu peito. Um buraco que por mais que eu tente não pensar, me distrair, dormir, ler, brincar, conversar… ele tá lá, latejando. Tudo é tão recente, tudo é tão surreal que eu acordei hoje de manhã pensando que tudo não passava de um pesadelo. E agora, quem é que vai me ligar todos os dias a noite pra saber como foi meu dia e aguentar meus ataques? Quem vai me entender, me ensinar física, me contar sobre a vida, me fazer sentir especial? Quem vai acelerar meu coração, deitar na minha cama e brincar de ser feliz? Como eu vou seguir adiante depois de tanto tempo, tantas coisas feitas e ditas. O que aconteceu com todas as promessas e todos os planos? Qual foi o momento exato em que eles se diluíram? Será que um dia a gente vai ter essas respostas? Será que um dia teremos outra chance de ver o filme que não foi visto, de ouvir as músicas que não foram tocadas e de visitar os lugares que não foram visitados? Eu me sentia tão mais forte nos seus braços, agora tudo em minha volta está tão frágil. Eu estou frágil. Há muito tempo eu não crescia o que eu cresci contigo e apesar de toda minha fobia de crescimento, isso foi bom. Foi ótimo, inevitável, inexplicável. E tudo vai ficar pra sempre inesquecível em mim, e muito bem guardado. Eu tenho tanto coisa pra te agradecer, mas ainda não consigo tirar as fotos nem desmanchar as lembranças. Elas ainda são tão firmes, tão sólidas. Assim como eu achava que era nosso amor, nosso puro amor. Que podia ter enfrentado tempestades, que podia e que DEVIA ter superado isso…

Eu perdi duas pessoas super importantes na minha vida em apenas uma semana, e ainda querem que eu coloque um sorriso no rosto e finja que está tudo bem. E essas pessoas ainda querem me fazer acreditar que a culpa não é minha mas eu sei que devo ter algum problema. Porque eu afasto todo mundo de perto de mim?

terça-feira, 18 de maio de 2010

Where are you now?

Os dias estão passando e sua chance de consertar tudo está se esgotando. Porque teve que ser assim? Nós éramos tão… grandes. Você me embriagou com palavras que eu julguei serem sinceras, e agora, pra onde você foi? Quem é que vai me dizer que tudo vai ficar bem quando eu mais preciso? Quem é que vai me ligar de vez em nunca, mandar mensagens fofas e jogar conversa fora embaixo do bloco? Era tão imenso o meu sentimento por você, e agora tudo desmoronou.
O pior de tudo é que você nunca vai embora de vez, você tá sempre presente, resta sempre um pouquinho de você em mim que não dá pra ser apagado. Você insite em não ser apagado. Mas seria tão melhor, já que sua escolha é largar, que você largasse de uma vez por todas pra que assim eu pudesse me acostumar.
Uma vez eu te disse que a gente nunca sabe o que pode acontecer, e é verdade, ninguém sabia. Mas eu realmente não esperava que tudo fosse acontecer dessa maneira.

Me acorda vai, e me diz que isso tudo foi um pesadelo.

De mim para mim mesma.

Lú, eu te prometo que vou falar menos, mais baixo e mais devagar, para assim poder ser um pouco mais serena. Te prometo que vou preservar seu mistério e não ser tão sem graça a ponto de expor tudo e se tornar um ser transparente. Prometo que cuidarei melhor dessas suas olheiras e do seu corpo, da sua sanidade mental e do seu problema com exatas. Lú, eu juro que vou parar de ser tão explosiva, emotiva e impulsiva e de confundir sua cabeça. Prometo que farei os outros te levarem mais a sério e colocarei mais os seus pés no chão. Prometo que não vou tentar te magoar ainda mais quando os outros forem embora e tentarei aceitar a vida como ela é, sem complicações. Lú, eu juro que vou tentar ser alguém que você merece que eu seja, mas que eu, talvez, possa nunca querer ser.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Sentimentos são mais que uma canção.

Hoje me falaram que eu era diferente, e não foi a primeira vez. Mas não queriam dizer um diferente ruim, e sim um diferente surpreendente. E eu quis entender o porquê disso, aliás, eu quero entender.

Será porque eu ando no mundo da lua e me entrego facilmente a qualquer um disposto a me dar abrigo e carinho? Será porque eu danço esquisito e canto desafinada sem me importar com o que os outros vão pensar? Será porque eu idolatro a Disney e amo todos os filmes, principalmente A Bela e a Fera, porque ele consegue me retratar perfeitamente (a garota comum que não se contenta com o cotidiano e luta pelos sonhos e pelo amor)? Será porque eu já estive matriculada em mais de 5 academias e nunca aprendi a vencer a preguiça que me impedia de ir? Será porque eu não gosto da minha letra, da minha voz, do meu corpo, mas eu tenho uma auto estima até que boa? Será porque eu sempre roí minha unha e agora que ela é bonita, ela fica quebrando e eu me estresso ou porque minha TPM é sempre crônica mas eu nunca matei ninguém? Será porque, apesar de meu cérebro não ser muito desenvolvido, eu tento entender tudo e ser uma aluna exemplar apesar de muitas vezes não fazer idéia do que se trata tal fórmula e não concordar com a Filosofia? Será porque eu sou totalmente contra a alegria que meu aniversário deveria representar, ou porque eu ando em casa com uma pantufa de bichinho e dou nome a todos os meus ursinhos de pelúcia? Será porque eu choro em todas as festas de 15 anos que vou ou porque nunca aprendi a andar de salto alto? Será porque eu não leio jornais nem revistas, sou alheia do mundo e quando durmo, só sonho em español? Ou porque eu nasci no século errado e daria tudo pra viver numa época sem computador e telefone, onde as pessoas eram mais pessoas, e um olhar valia mais que mil palavras?

Sinceramente, não sei o que as pessoas veem de tão diferente em tudo isso. É tão humano, tão sincero, tão feliz, tão Luísa. E eu quero mesmo ser diferente. A cada dia mais diferente das populares com cabelo sedoso e entupidas de maquiagem e mais igual a Bela que mudou o mundo com o amor. Mais diferente das que deixam de usar o que gostam ou de ser quem são para serem aceitas e mais igual a alguém que não tem medo de sentir e de experimentar. Diferente de quem julga sem conhecer e igual a criança que eu nunca deixei de ser.

Mais igual a mim.

terça-feira, 11 de maio de 2010

Solidão nunca mais.

As vezes ela não sabe como se comportar, como se portar e lidar com algo/alguém. Pra ela é simplesmente complicado confiar. Ela dificilmente acredita nas palavras alheias. Ela busca paz, um mundo encantado. E quanto mais o busca, mais abstrato ele se torna. Cadê o para sempre? Cadê os sorrisos? Ela cansou de sentir dor. Ela cansou de causar dor. Será ela um monstro? Será ela uma pessoa inconveniente? Eu acho. E ela tem certeza.

Ela quer fugir disso. Fugir, escapar. Mas não pode ir embora. E não sabe por onde começar a mudar. Não sabe mudar. É só um desejo. Assim como deseja que alguém possa entende-la. Ninguém entende. Todos em volta estão bem, ao menos eles parecem bem. Ela quer isso. Ela precisa disso.

Ela não sabe mais o que falar, ela não deseja mais pensar em nada. Ela continua deitada no chão do banheiro, respirando fundo enquanto as lágrimas escorregam pelo seu rosto não tão bonito. E lá fora, ninguém a procura.

Ninguém.